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Tendências no processamento de carne: para onde caminha o setor?

Não é novidade que a ascensão econômica e social são fatores que ditam as regras do mercado como um todo. Na indústria do processamento de carne esse processo é exatamente o mesmo, onde o comportamento de consumidor de hoje traça as principais tendências que devem ser seguidas pelas indústrias.

Tais tendências indicam que os aspectos valorizados pelos diferentes tipos de consumidores serão o motor da cadeia produtiva na próxima década, onde o processamento de carne terá importância significativa.

Como sabemos, o Brasil é um dos grandes fornecedores de carne para todo o mundo. Em razão disso, conhecer esse mercado e suas tendências se faz imprescindível para que o país mantenha seu protagonismo mundial.

Saiba, então, para onde caminhará o setor nos próximos anos e quais são as principais tendências mundiais no processamento de carne que precisam ser acompanhadas pelas empresas brasileiras.

Principais tendências no processamento de carne

O Brasil é um dos grandes processadores de carne do mundo, com capacidade e potencial de exportação para todo o planeta. Dessa forma, as indústrias de processamento de carne do país miram, cada vez mais, na exportação. Mas para isso, devem gerir a cadeia de modo a tornar os produtos mais atrativos e com qualidade desejada pelo consumidor mundial.

Neste sentido, Ana Lúcia da Silva Lemos, pesquisadora do CTC (Centro de Tecnologia de Carnes), pertencente ao Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos), explica que as principais tendências para o processamento de carne incluem conveniência, sensorialidade, saudabilidade e ética.

Cada uma dessas macrotendências no processamento de carne é comunicada ao consumidor pela embalagem e pelos apelos de rotulagem, que incluem redução de sódio, gordura e uso de ingredientes conhecidos pelo consumidor”.

Ana Lúcia explica ainda que todas essas tendências podem inclusive declarar a forma com que deve ser realizada a criação dos animais e o processamento de carne, onde o bem-estar animal é primordial.

A representante do CTC explica também que o consumidor está atento à saudabilidade em todos os alimentos. Mas no caso das carnes e produtos cárneos, regularmente associados a diferentes doenças (hipertensão, câncer, etc). Assim, ela explica que é importante que essas percepções sejam desmistificadas pelo setor.

Precisamos sempre salientar que as carnes e produtos cárneos são alimentos saudáveis e não podem faltar em uma dieta equilibrada”, diz a pesquisadora.

Tendências tecnológicas ligadas ao processamento de carne

Ana Lúcia salienta ainda que as tendências ligadas à tecnologia no processamento da carne também serão fundamentais para o futuro do setor. “Os equipamentos de processamento permitem a obtenção de produtos com uniformidade, por isso, todo novo produto deve contar com equipamentos adequados à sua elaboração”, explica.

A pesquisadora do CTC explica também que os ganhos de produtividade são muito dependentes de equipamentos e principalmente da automação nos processos, além disso, segundo ela, a obtenção de produtos de conveniência é uma tendência muito forte.

Em virtude desses fatores, o porcionamento é essencial. Dessa forma, os equipamentos que permitem a agregação da condimentação (injetoras, tumblers e misturadores) assim como os sistemas de cozimento para elaboração de produtos prontos para consumo, são fortes tendências no processamento de carne”.

Vale lembrar que os produtos cárneos tradicionais (linguiças, salsichas, entre outros) são produtos de conveniência naturalmente conhecidos, assim basta buscar um apelo artesanal para alcançar novos nichos de mercado.

Embalagens: importante tendência no processamento de carne

Como já relatado, a conveniência representa uma das tendências mais fortes no processamento de carne no âmbito mundial e esse fator tem relação direta com a apresentação do produto, onde a embalagem terá um papel importantíssimo.

Claire Sarantopoulos, pesquisadora do Cetea (Centro de Tecnologia de Embalagem), também vinculado ao Ital, explica que do ponto de vista do consumidor, no varejo tradicional, fatores estéticos e de identidade serão muito importantes.

As indústrias precisam criar efeitos que permitam diferenciação como design, cores, texturas (efeito papel), brilhos, acabamentos foscos, itens associados ao luxo, ao conceito premium, gourmet, natural tradicional e caseiro”, explica Claire.

Ela diz ainda que também serão determinantes para o sucesso das embalagens funcionalidades com maior conveniência e praticidade para abrir, refechar, usar e descartar.

Embalagem para preparação ou aquecimento em forno de micro-ondas será quase uma exigência para várias categorias desse setor”, complementa Claire.

A busca por alimentação saudável também é outra tendência que está no auge, e muitas vezes está associada a alimentos refrigerados. Nesse caso, Claire cita as embalagens com atmosfera modificada como uma tendência cada dia mais comum.

Essas embalagens permitem o aumento de vida útil de várias categorias de produtos cárneos, muitas vezes comercializados apenas na forma congelada”, ressalta.

Além disso, o menor impacto ambiental das embalagens, inclusive por meio da redução de perdas de alimentos, é outra tendência no desenvolvimento de embalagens relacionadas ao processamento de carne.

Essa tendência envolve questões de redução no consumo de material de embalagem, redução no consumo de energia e água, possibilidades de reciclagem e reuso”, finaliza Claire.

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