Ainda que tenham sido apontados como uma moda passageira, os food trucks estão em algumas cidades brasileiras e são oportunidades de negócios para quem quer trabalhar com alimentos. Como qualquer outro modelo de negócio ele precisa de atenção, planejamento e é regido por algumas regras, assim, é muito mais do que embarcar no veículo, cozinhar ou preparar a comida, e sair rodando mundo afora tentando vender suas receitas. Saiba quais são elas:
- Poucas cidades brasileiras possuem legislação sobre o assunto. Um passo importante é saber se seu destino já tem regras sobre food trucks, se eles são bem-vindos, ou se o tema está em pauta nas discussões dos governantes. Por exemplo, em São Paulo (SP) a legislação 15.947/2013, ANEXO 01, regulamentada pelo decreto municipal nº 55.085, de 6 de maio de 2014, regulariza a comercialização de alimentos em vias e áreas públicas, permitindo o comércio em carrinhos, barracas desmontáveis e furgões. No Rio de janeiro (RJ), vans, trailers e veículos similares podem vender alimentos. Em Curitiba (PR) tramita um projeto de lei para aprovar food trucks nas ruas da capital paranaense. Porto Alegre (RS) autorizou recentemente, em janeiro de 2016, esse modelo de negócio. Em março de 2015, Maceió (AL) proibiu a comercialização de mercadorias estacionados em trechos da orla.
- Com algumas limitações, as oportunidades para food trucks estão em eventos como feiras de negócios, pátios de montadoras, fábricas, lançamentos imobiliários e feiras culturais.
- Vai vender para quem? Identificar seu público-alvo é essencial para o sucesso de qualquer negócio, porém no caso dos food trucks é necessário saber onde seus clientes estão e onde estacionar por ali. Com cada vez menos tempo para refeições em horário comercial, uma dica do E-book “Modelo de negócio e sua regulamentação” do Sebrae é ficar próximo de escritórios.
- O que vai vender? O proprietário da Bumerangue Reboque, Celso Ricardo de Oliveira, que monta food trucks lembra que, na hora do almoço, as pessoas têm apenas uma hora para comer, por isso é preciso pensar no tempo de preparo. Um crepe por exemplo pode levar de cinco até 15 minutos para ficar pronto. Isso mais o preço cobrado, pode inviabilizar o negócio. “Comida indiana é muito exótica e poucas pessoas consomem”. Em alguns casos é melhor investir em lanches; um hambúrguer é feito na chapa em menos de três minutos e vendido com refrigerante ou cerveja tem boa relação custo-benefício.
- O ambiente de comercialização da comida é diferente dos restaurantes. No caso dos food trucks, elas sofrem relativa exposição à poluição, por estarem em um ambiente aberto e não controlado. A lista de riscos que podem impactar as vendas envolve poeira, fumaça de veículos e odores de esgotos mal vedados.
- É necessário pensar ainda em animais e pragas urbanas como insetos, pombos, pássaros ou mesmo animais de estimação. Tudo isso pode pôr em risco a segurança dos alimentos.
- Banheiros são importantes. Tanto para o público quanto para os funcionários. Pense em alugar banheiros químicos ou negociar com algum estabelecimento próximo.
- Muito em família. Segundo Oliveira, geralmente quem trabalha em food trucks são donos ou ex-donos de restaurantes e seus parentes. Pois é uma proposta de emprego difícil, devido à eventual falta de banheiro e exposição às intempéries como chuva, Sol, mudança repentina de cima e etc. isso também pode afastar clientes em situações específicas.
- Qual melhor opção de veículo? Geralmente quem não cozinha prefere utilizar vans. Porém, se sua ideia é assar e fritar, prepare-se para grandes mudanças, pois a estrutura é muito semelhante ao de uma cozinha industrial. “É preciso mudar parte elétrica, hidráulica, revestimento, carroceria e acabamento”. Lembre-se que é impossível operar qualquer cozinha sem água potável. Assim onde ela vai ficar abastecida? E a energia? Será da rede pública ou gerador?
- Quanto custa? A resposta é vaga “depende”, mas é válida, pois o investimento em uma Kombi pode ser de R$ 10 mil, enquanto uma Renault Sprinter pode custar até R$ 100 mil, de acordo com Oliveira.
- Com informações do SEBRAE