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Pet Food: como aproveitar as partes de animais abatidos nesse mercado?

Economistas concordam que o mercado de nutrição pet (ou pet food) foi um dos poucos que conseguiu “driblar” o recesso econômico brasileiro e continuar crescendo exponencialmente nos últimos quatro anos.

Cada vez mais diversificado e competitivo, o mercado de pet food no Brasil já sustenta a segunda posição em termos de crescimento, estando atrás apenas dos Estados Unidos.

Devido a esse crescimento promissor, muitos produtores de carnes têm buscado formas de aproveitar as partes de animais abatidos, como orelhas de bois e porcos, para a fabricação de alimentos para animais de estimação.

Nesse artigo iremos explicar como consiste o processo de fabricação desses alimentos, como reaproveitar as partes dos animais abatidos e quais são os equipamentos necessários para secagem de resíduos.

Como produzir para o mercado pet? 

Não se sabe exatamente quando o mercado pet começou a absorver as partes dos animais abatidos na fabricação de alimentos. Contudo, sabe-se que no Brasil essa já é uma prática comum devido ao alto volume de resíduos gerados todos os dias nos matadouros brasileiros.

Afinal, o Brasil atualmente é um dos principais produtores de carnes no mundo e todas essas partes inutilizadas precisam ter um destino lucrativo e sustentável, como é o caso do mercado de pet food.

Como afirma Márcio Bertolini, coordenador do segmento pet no Sebrae São Paulo/SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas):

Não há crise no mercado pet. A grande locomotiva do setor é o pet food, que representa 67% do faturamento. Na crise, pode ser que o consumidor troque de marca, mas ele não deixa de comprar.

O processo de aproveitamento das partes é relativamente simples. Após o abatimento do animal (boi, porco, galinha etc), um profissional realiza os cortes e os coloca num forno de secagem.

O tempo de secagem pode variar de acordo com a quantidade de partes introduzidas, temperatura máxima e, principalmente, quantidade de água (umidade) presente nos resíduos.

Recomenda-se também que o período entre o abate e início da secagem seja o mais curto possível, com no máximo 24 horas de espera. Isso porque a exposição das partes gorduras - especialmente das orelhas de bois e porcos - pode causar putrefação e oxidação das gorduras.

Cuidados durante o processamento

Apesar do processo que envolve o aproveitamento das partes dos animais na produção de ração animal ser simples, existem alguns cuidados que o produtor deve tomar para que o produto final não seja prejudicado ou até mesmo inválido para consumo.

  • Umidade: quanto maior o teor de umidade do resíduo, maior a probabilidade de contaminação por bactérias e mais rápido é o processo de putrefação, uma vez que a água acelera as reações químicas de oxidação.
  • Contaminação física: para garantir a qualidade do produto final, deve-se evitar ao máximo a exposição das partes às contaminações físicas como penas, pelos, cascos, chifres, sangue e conteúdo digestivo.
  • Contaminação biológica: como o processo de secagem elimina naturalmente todas as contaminações bacterianas das partes dos animais, o principal cuidado quanto à contaminação biológica deve ser tomado após o processo de secagem, sendo o ponto mais crítico o transporte e manuseio do material por operadores e equipamentos não higienizados.

Embora os parâmetros estabelecidos pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) na produção de alimento animal serem menores que os voltados para alimentação humana, vale lembrar que o mercado de pet food está cada vez mais exigente quanto à qualidade dos produtos utilizados.

Por isso, o produtor que deseja aproveitar as partes dos animais abatidos na indústria de pet food deve evitar a inclusão de partes “estragadas”, resíduos não alimentícios (pelos e cascos) ou animais mortos.

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