A avicultura evoluiu rapidamente nas últimas décadas, transformando-se em uma potencial produtora de proteína de excelente qualidade. Um conjunto de avanços provam essa evolução, tais como a genética, nutrição e manejo. Mas agora parece que chegou o momento do processo de abate evoluir, tendo na tecnologia da escalda a ar o avanço mais recente.
Nas últimas décadas, o abate de aves também evoluiu. Porém, o escaldador parecia ser o único maquinário a não evoluir. Ele era até considerado como “um dinossauro” quando comparado aos outros equipamentos da planta de abate.
Mas tudo indica que o processo de escaldagem também irá apresentar uma opção diferente da sua concepção primária (que faz uso da água) e, enfim, evoluir para um processo de escaldagem mais moderno, que faz uso do ar.
Escalda a ar: “ruptura” da concepção primária da escaldagem
No processo de abate de aves, a operação de escaldagem é uma das etapas mais importantes, pois visa facilitar a posterior remoção das penas dentro da linha de abate.
O processo de escaldagem mais comum em abatedouros é a por imersão. Esse processo ocorre logo após a sangria, sendo caracterizado pela passagem dos frangos por um tanque com água aquecida através do vapor.
Apesar de ser um processo eficiente e utilizado em todo o mundo, a escaldagem por imersão apresenta um consumo de água muito elevado, devido ao tamanho dos tanques (geralmente modelos antigos) e devido a legislação sanitária, tanto a nacional quanto internacional, que exige a troca da água dos tanques algumas vezes ao dia.
Além disso, a contaminação cruzada é outro problema da escalda por imersão em água, pois esse liquido funciona como meio de contato (e contaminação) entre as carcaças.
Em razão disso, foi preciso promover uma ruptura dessa forma tradicional de escalda a água, combatendo as dificuldades por ela enfrentadas. Assim, a substituição da água por ar foi uma das alternativas mais eficientes.
O primeiro equipamento de escalda a ar foi lançado há aproximadamente 10 anos. Ele consistia em um equipamento fechado de aço inoxidável. Nele injetava-se ar úmido responsável por aquecer as carcaças em trânsito.
Aproximadamente 5 anos depois foi lançada, com melhorias tecnológicas, a segunda geração de equipamento, capaz de realizar a escalda a ar. Este equipamento era semelhante às escaldas convencionais quanto à sua forma, mas apresentavam dimensões muito maiores.
Essa segunda geração é caracterizada por ter duas seções. Em uma delas é feita a escalda a ar em si, já a segunda é a contigua, onde são realizadas as operações de preparação do ar a ser utilizado na escaldagem, além do seu recondicionamento após sua recuperação da área de escaldagem.